Sambas Portelenses

Aqui você terá facilidade para achar o verdadeiro SAMBA!

domingo, 25 de março de 2012

PORTELA 1983



A Ressureição das Coroas (Reisado, Reino, Reinado)

Vou me embalar na poesia
Do amor e sedução
Extravasando de alegria
O meu coração
Tecendo nas malhas do tempo
De toda coroação

Do índio à nobreza
A beleza da ressurreição

Reisado reino reinado
Ganga-Obá Chico-Rei foi coroado

A teia que a realeza teceu
A terra amada acolheu
Um sol se fez raiar
Velas brancas
Deslizando nas ondas
De um eterno azul do mar
A independência flutuou
Assim a liberdade ecoou 

  Ôôô ôôô
  Um canto forte se alastrou
Trazendo a miscigenação de amor
De pluma, de ouro, de prata ou de lata
As coroas têm as suas tradições

O rei mandou sambar
O rei mandou vadiar
No carnaval das ilusões

PORTELA 2012



E o povo na rua cantando, é feito uma reza um ritual

Meu rei
Senhor do Bonfim alumia
Os caminhos da Portela
Que eu guardo no meu patuá
Eu vim com a proteção dos meus guias
Com Clara Guerreira à Bahia
Cheguei, eu cheguei pra festejar
Deixa levar, nos altares e terreiros
Tem jarro com água de cheiro
Vou jogar flores no mar
No mar
Procissão dos navegantes
Eu também sou almirante
De nossa Senhora Iemanjá
Vou no gongá
Bater tambor
Rezo no altar
Levo o andor
Vem chegando os batuqueiros
Desce a ladeira meu amor
Que a patuscada começou
Eu vim pra rua
Que o samba de roda chegou
Iaiá
De saia rendada em cetim
Bota o tempero na festa
Oi, tem abará e quindim
Portela cheia de encantos
Acolhe a bahia em seu canto
De festas, rezas, rituais
Vestido de azul e branco
Eu venho estender o nosso manto
Aos meus santos do samba que são Orixás
Madureira sobe o Pelô... Tem capoeira
Na batida do tambor... Samba ioiô
Rola o toque de olodum... Lá na Ribeira
A Bahia me chamou

segunda-feira, 12 de março de 2012

PORTELA 1990


É de ouro e prata esse chão

Eu segui a luz da poesia
Às regiões mais distantes
E encontrei toda a magia
De três raças tão amantes
Eu vi caciques adorando a lua
E caravelas colorindo o mar
Eu vi a dança de uma virgem nua
E as oferendas pra Iemanjá
Eu vi a arte com o nome da folia
Desse chão se levantar
Tomar carona na ciranda da alegria
Dar a mão ao tempo e comigo brincar

Canta meu cordel
Eu fiz de barro as imagens lá do céu
Ê muié rendá
Tira essa renda que hoje eu quero namorar

Me leva minha luz às tradições
Quero violas ao luar desses sertões
Quero ser o rei dessa congada
General da marujada
Bicho solto dos cordões
Meu sangue se mesclou de vez
Em caiapós, cateretês
Nos frevos e maracatus
Mentiras, "tus", "anarriês"

Eu vi num colorido amanhecer
O sonho da Portela acontecer